Recepção - 1° Andar

NARRAÇÃO

Ouvi o homem, provavelmente com a boca aberta. Pisquei meus olhos, ainda pensando em suas palavras. Mas a única coisa que vinha a minha mente era que eu não deveria estar ali.

– Bom. – Comecei, tentando me levantar com dificuldade – Já que já te pagaram e eu já estou curada, eu acho que realmente já estou indo mesmo. – Também levei em conta o fato de eu odiar hospitais. Como era saudável, raramente ia a este lugar, e agradecia plenamente por isso.

Meus passos eram lentos, já que parecia que eu fora jogada em um triturador. O que haviam feito comigo? Minhas roupas estavam sujas, então, eu teria que ir para casa antes de qualquer coisa.

Ao chegar à frente do hospital, percebi que meu carro não estava por ali. Bati a mão na testa, lembrando que eu havia sido trazida até aqui. Meu carro provavelmente havia ficado na entrada cidade com o pneu furado. Suspirei parti para única a alternativa que me restava.

– Ei, taxi, aqui. –

Entro e respiro fundo, o ar gelado do hospital enchendo meus pulmões era estranhamente bom. A distração me impede de ouvir muito do que Marian diz, apenas uma parte. Abro os olhos a fitando e, dando um sorriso torto, falo calmamente.

- Estava na UTI da última vez, não tenho muitas esperanças. - Ando até a balconista, e novamente entrego para ela alguns documentos - Vim visitar um paciente.

NARRAÇÃO

Batuco os dedos no balcão, respirando fundo.

- Mascar de boca fechada é maravilhoso, deveria tentar um dia - Sorrio com uma falsa animação, pegando meus documentos de volta e os enfiando em um bolso da mochila. Tiro o lenço do cabelo, soltando-o e me viro, encarando a ruiva que se aproximava do balcão. - Seus amigos devem estar indo para o mesmo lugar.

NARRAÇÃO