Recepção - 1° Andar

   A porta da ampla recepção se abriu com um chute, Jackson carregava a menina em seu colo, exasperado por assistência, correu pelo corredor com a pesada arma batendo pendurada em suas costas.

 
Os olhos de Jackson cintilaram entediados, já era a terceira vez que se encontrava afronte uma arma naquele mesmo dia. — Vá tomar no seu cu. — Resmungou, e, levando em consideração o nervosismo nato de cada um dos homens da lei da pacáta cidade que não vira se quer um crime fora dos filmes de Bonnie & Clyde, não havia com o que se preocupar, um leve gesto de cabeça pedia silenciosamente que Jess tomasse conta da inconveniência.

— UTI. — Esbarrou no balcão, deitando o corpo da menina sob os vários papéis.

Todo o transtorno, o barulho gritante dos tiros, o grito, tão alto quanto, da mulher, e o súbito toque gelado da arma em suas pernas, nada era forte o suficiente para transpor seu único interesse; Ajudar Aléxis. cravou seus olhos nos do homem, como se tentasse procurar a origem de sua autoridade no local, mas não era de suma importância, só ansiava o alívio de vê-la bem.

— Não, não tenho dinheiro. — Contestou, não tinha ideia de como pagaria o tratamento.

 
— Não me leve a mal, Doutor. — Disse Jackson, pondo Aléxis, recém-retirada do balcão, na cama do consultório, tomou alguns segundos de seu tempo para admirar os posts na parede, e mirou-o nos olhos.

— Mas eu só vim deixar essa tia aí, a carteira dela deve estar no bolso. Quando ela acordar, diga que o carro dela sofreu um infeliz acidente, se fosse eu não iria atrás. — Divagava, por fim, tomou o rumo da saída, dando duas palmas no poster próximo a porta.

— Belo gosto. — Sorriu, e, ao terminar de falar, concebeu ao fato de que havia com ele ainda os seus acompanhantes. Com um breve sorriso às costas do loiro, deu-lhe um tapinha amigável e assoviou para a mulher que gritava.

— Vamos, então. — Respondeu-o, sacolejando as chaves da viatura. — Tenho que trabalhar. —

 Na verdade, tinha. Já havia anoitecido, horas se passaram desde os eventos da manhã, e Jackson mal notava sua falta de sono, caminhou até a viatura e logo deu a partida, esperando por Jess enquanto brincava com os botões do rádio.

Rádio:

 
Apenas com a menção do rapaz percebeu que as duas outras pessoas não estavam mais no carro, a procedência de Marian o preocuparia mais, se não conhecesse bem a garota.
— Bem. — Enunciou distraído com os botões da viatura, quando apertou um deles, a sirene ligou estrondosa. — Então, vamos. — Terminou, começando a cantar as letras da música que tocava no alto-falante pendurado no tapa-sol.

 Os pneus derraparam e eles dispararam de volta ao bar, onde, exatamente um dia atrás, tudo havia começado.

Rádio: