Centro da cidade

Ao chegar no centro da cidade, a primeira coisa que posso avistar são as quatro enormes pontes, que formam um mais enorme ainda X. Extremamente foda, cara. Tirei meu celular do bolso, tirei três fotos pro instagram
#XGuys
#cidadenãotãomerdaassim
#xownadogent

Guardo o celular no bolso, verifico se as chaves do apartamento ainda estão lá e começo a caminhar na direção do prédio que meu pai havia comprado.

Dizía num tom alto, já que estava a metros na frente de Jess, assim, ele poderia me ouvir bem. Continuo caminhando.

Passo pelo centro, dessa vez, mais atento. Não estava de noite, mas era uma manhã nublada e extremamente fria. Caminho até a porta do bar e, analiso-o para que pudesse julgar e críticar:
Como Jess passou a madrugada nesse bar de pobre!? Não importava, estava na hora de quebrar o pau num velho pobre. Entrei dentro do estabelecimento.

Começo a andar pela cidade em passos lentos, com sede.
- Merda... que sede do caralho.
Avisto um pequeno bar próximo a mim, então junto um pouco de saliva dentro da minha boca e cuspo no chão, logo entrando no bar.

Paro de andar repentinamente, me aproximando de uma vitrine e estreitando os olhos para enxergar o relógio na parede da loja.

- Estou atrasada... - Pigarreio, tapando a boca com a mão e tossindo. - Até o cheiro desse lugar é horrível.

Enfio a mão na mochila, fisgando um pedaço de papel dobrado. Abro-o, lendo novamente as informações do endereço do hospital em que minha mãe estava internada. Olho ao redor procurando uma placa com o nome da rua em que estava e, depois de me localizar, guardo o papel de novo.

- Mais três quarteirões, e depois esquerda... - Resmungo, voltando a andar.

- Vá se foder. Eu fiquei vadiando nessa merda de cidade o dia todo, meus pés estão doendo.

Continuo a seguir Soma, tentando correr o máximo possível.

Cruzo as pernas, apoiando os braços nelas e me curvando para frente. Observo a bituca ser carregada pela água até sumir em meio a lama que deixava-a marrom.

- No início minha mãe desejava se mudar pra algum fim-do-mundo pra ter uma vida melhor, assim que pisou nesse lugar ela adoeceu e agora está na UTI daquela merda de hospital. - Pigarreio, limpando a garganta. Sentia o forte desgosto na garganta de quando acabava de acordar.

Aperto o passo, mantendo-me a uma distância na qual o cheiro de cigarro fosse fraco o bastante para não incomodar. Recordo-me dos prédios pelos quais havia passado pela primeiras vez que fui ao hospital e acelero, começando a correr atrás da ruiva.