Estação de trem

Sigo Daezus.
~Divando~

Soma acordou no local. A locomotiva estava totalmente descarrilada e o túnel estava tapado por pedras.

- ... Puta merda.


- É isso mesmo? Começou a porra do dia Z e eu nem ao menos tenho uma minigun? Ou será que levei um boa noite cinderela seguido de estupro e abandono? Vai tomar no cu, universo. Nem ao menos tenho meu carro para que eu possa voltar ao bar de uma maneira mais rápida. Tomei no cu de um jeito bem lindo hoje...

— O que faz com essa arma em um lugar tão pacífico? — Disse andando em sua direção.

- Ah, não. Escute, meu senhor, você não tem nada melhor para fazer, não? Primeiro eu entro em um bar cheio de gente escrota, uma música que parecia a quinta sinfonia de Satã começa a tocar, e eu apago. Apareço aqui como se fosse um mendigo, sem meu carro e sem porra nenhuma além das minhas armas e, ainda por cima, esse lugar está mais destruído que campo de teste de bomba nuclear. Além do mais, não vi meus avós hoje desde que acordei, então, se você puder por favor me deixar voltar pra casa, para que assim eu possa ver se meus avós ao menos ainda estão vivos nessa merda de cidade, eu agradeceria.

Eu pego um cigarro e coloca na minha boca, ele acende.
— Vocês ainda sabem fazer algumas coisas que prestam. Vocês criaram esse meu vício com seus produtos industrializados. — Solto a fumaça e coloco o cigarro de volta na boca. — Eles estão mortos, não se preocupe. Eu perdi o resto dos sobreviventes por aí, pelo menos eu te achei.

- Como se você ao menos me conhecesse, ou conhecesse meus avós. Chega de piadinhas, volte para a APAE. E o que diabos você quer dizer com "pelo menos eu te achei", seu emo ridículo? Olha, me desculpe, mas eu não sou homossexual. E também, pouco me importa se você é amigo daquele bando de neandertais. Agora, se me dá licença, tenho coisas mais importantes a fazer... Eu acho.

Eu faço um gesto com a mão e todas as balas da escopeta do garoto atravessam a arma e caem no chão.
— Você não entendeu, não é? Eu falo sério aqui. Não ache que você é algo além de uma peça. — Digo dando uma grande tragada no cigarro.

- O que... O que diabos você acabou de fazer!? Aliás, QUEM DIABOS é você? E, peça? Como assim, seu filho de uma meretriz barata? O que caralhos você quer de mim?

— Eu quero que você sobreviva nas minhas mãos para eu não ser demitido — Cuspo o cigarro. — Eu tenho alguém pra orgulhar. Você vem comigo.
Eu toco em seu peito e ele se petrifica. Coloco-o pendurado no meu ombro esquerdo como um saco de batata. Pulo do alto suspensor que a estação fica para uma pequena área de árvores.
— Agora nós vamos achar um lugar par anos estabelecermos. Depois procuramos os outros sobreviventes.